terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O FILHO DE PATMORE - Atílio Milano


Meu filho, ralhei contigo,
eu, que sou tão teu amigo!
Mas, se sou tão teu amigo,
por que é que ralhei contigo?!

Quando me desobedeces
já com o homem te pareces...
Vais ser o homem que pareces:
vejo que não me obedeces!

Foste chorar para a cama,
ofendido com quem te ama!
E teu pai, que tanto te ama,
salta tão triste da cama

e vai dar-te a sua bênção.
Ah, vocês filhos não pensam,
ah, vocês filhos nem pensam
que um pai é um deus, dando a bênção!

Se tua mãe - pobre morta! -
surgisse naquela porta...
Nisto: é ela! parou na porta.
(Uma mãe nunca está morta!)

"Não zangues como nosso filho!"
disse zangada, com um brilho
no olhar, com esse mesmo brilho
que há nos teus olhos, meu filho!

Deisto-me humilde, rezando:
Meu Deus! perdoa-me quando
eu for impaciente, quando...

E o pai, criança como o filho,
pegou no sono, chorando!

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