terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

DO DÉCIMO SEGUNDO POEMA DA VIDA - Jamil Almansur Haddad

E tu dirias:

ao que eu dissesse: Eu tenho frio - : Eu sou um manto!
- e ao que dissesse: Eu tenho fome - : Eu sou um pão!

Tivesse cada alma
a generosidade das nascentes
que, nos caminhos ásperos,
matam as sedes
de todos os passantes.

Tivesse cada alma
um destino lúcudo de árvore,
e fosse sombra para acolher
e fosse fruto para nutrir.

Tivesse cada alma o destino
do que, dentro da noite, vai levando a lanterna
para que o caminhante não se transvie.

Cada homem revivesse
o gesto de grande luz
do Cirineu,
o que ajudou a Cristo a levar sua cruz!

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