quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CONTENTAMENTO - Ribeiro Couto

Este ar tranquilo que me envolve,
A mansidão que me penetra,
Na noite fluida, transparente,
É tudo quanto eu desejava.
Que mais me falta, Deus louvado?

A lua vem, entre as ramagens
Do jardim que dorme na sombra,
Fazer-me suave companhia.

Esta doçura esparsa em tudo
(Que noite para amar a vida!)
Bem sei porque me põe num êxtase
É a esmola anônima do céu
Para a minha alma de homem grata.

Meu Senhor, minha boca é pobre
Para dizer toda a verdade,
Tudo que sobe do meu peito.

Meu Senhor, à minha família
Dá sempre saúde e paciência;
Aos meus amigos dá fortuna;
E ao mais indigno dos teus filhos
Este humilde contentamento.

3 comentários:

  1. Sentimento transmitido em cada estrofe "tudo" que nos faz pensar em tudo mesmo que pedimos continuamente a Deus.

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  2. Quando tinha 11 anos esse poema foi prova oral, da matéria de língua portuguesa e tinha que saber de cor... para mim foi quando estudar era coisa muito séria.
    Estou com 61 anos que saudades da professora D.Dulce...

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