É meia noite ... O sino alvissareiro,
Lá da igrejinha branca pendurado,
Como n’um sonho místico e fagueiro,
Vem relembrar o tempo do passado.
Ó velho sino, ó bronze abençoado,
Na alegria e na mágoa companheiro!
Tu me recordas o sorrir primeiro
De menino Jesus imaculado.
E enquanto escuto a tua voz dolente,
Meu ser que geme dolorosamente
Da desventura, aos gélidos açoites ...
Bebe em teus sons tanta alegria, tanta!
Sino que lembras uma noite santa,
Noite bendita mais que as outras noites!
Mostrando postagens com marcador auto de natal. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador auto de natal. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
AUTO DE NATAL - Oliveira Ribeiro Neto
Maria lavava,
José estendia,
e o Menino chorava
do frio que fazia.
Bom dia, Nossa Senhora.
Eu era negra fugida,
e foi a comadre minha
quem me disse que a senhora
havia tido um Menino.
Eu sei cuidar de crianças
vim cuidar do vosso filho.
Não chores, Menino,
Dorme, meu amor,
que as facas que cortam
dão talhos sem dor.
- Sei fazer todo serviço,
passar roupa, cozinhar,
Levanto de madrugada
e saio com tabuleiro
de vender cocada-puxa
que eu mesma faço de noite,
e posso vos ajudar.
Molho as plantas da varanda,
faço o mingau do Menino.
Vosso esposo São José
não me podia comprar?
E em vez de negra fugida
eu seria a vossa negra,
nessa vida e na outra vida,
para adorar o Menino
e fazer vosso café,
e varrer bem varridinhos
os cavacos da oficina
do meu amo e vosso esposo
o meu senhor São José.
José estendia,
e o Menino chorava
do frio que fazia.
Bom dia, Nossa Senhora.
Eu era negra fugida,
e foi a comadre minha
quem me disse que a senhora
havia tido um Menino.
Eu sei cuidar de crianças
vim cuidar do vosso filho.
Não chores, Menino,
Dorme, meu amor,
que as facas que cortam
dão talhos sem dor.
- Sei fazer todo serviço,
passar roupa, cozinhar,
Levanto de madrugada
e saio com tabuleiro
de vender cocada-puxa
que eu mesma faço de noite,
e posso vos ajudar.
Molho as plantas da varanda,
faço o mingau do Menino.
Vosso esposo São José
não me podia comprar?
E em vez de negra fugida
eu seria a vossa negra,
nessa vida e na outra vida,
para adorar o Menino
e fazer vosso café,
e varrer bem varridinhos
os cavacos da oficina
do meu amo e vosso esposo
o meu senhor São José.
Assinar:
Postagens (Atom)